segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Viagem a Santa Maria e uma Revolução Interna


 Primeiramente tenho muito a agradecer às anfitriãs mais lindas e perfeitas do mundo. Aprenderam direitinho com a mamãe e me proporcionaram o melhor final de semana do ano de 2014. Passei o último final de semana em Santa Maria, época perfeita, tempo necessário para me desfazer do que passou, deixar ir muitas coisas velhas e me abrir ao novo.
Há tempos eu necessitava de dias assim, afastada de tudo, afinal como boa introvertida que sou de tempos em tempos preciso me distanciar, colocar as ideias no lugar e enxergar tudo de uma outra perspectiva. A viagem já foi ótima e tranquila, um sábado que começou perfeito: vento fresco, céu azul, sol brilhando. Pude observar boa parte das cidadezinhas pelo caminho e boa parte delas me fez desejar sair correndo de Porto Alegre e me mudar para lá. Pude meditar no caminho e pensar em tudo que eu gostaria de fazer lá (eu sabia que iríamos visitar uma cachoeira e um dos meu desejos desse ano era retornar a uma cachoeira para deixar ir muitas coisas velhas). Levei um livro mas não li, só conseguia ficar no vazio azul do céu. Pisei em SM com o espírito leve e limpo.
Eu sempre repito que estar próxima a pessoas positivas nos torna pessoas melhores. Assim como tenho fé na humanidade, nos seres humanos, acredito nas coisas boas que estão sendo feitas e produzidas. A casa da Gabi é um mimo só, a cara dela. "Lovely!" Cada pedacinho, cada detalhe, por mais simples e delicado está a dona da casa, que já me recebeu com um aviso "Aqui pode tudo!". Sim, é papo de velha, mas a menina que vi crescendo é uma mulher há muito tempo e eu perdi alguma coisa nesse tempo.
Um aviso!
Nosso fim de semana começou com muita emoção e previsão de coisas boas e maravilhosas a acontecer nos próximos meses, veremos se as cartas acertam. Um chimarrão com bolo em um parque que já foi um rio, vento nos cabelos e um passeio com uma parada emocionalmente pesada. Não preciso citar aonde, mas passar por aquele lugar nos leva a pensar em cada jovem que esteve lá. Os carros reduzem a velocidade, pensamos naqueles que nem passam por ali, que mudaram de rota definitivamente. Eu precisava parar naquele lugar, pois havia tanta energia boa nos cercando me fez pensar que parar um momento ali poderia deixar essa energia no local, mas não sei se foi possível, aquilo nos choca, causa uma grande revolta e uma pequena revolução. Precisamos fazer diferente.
Nosso passeio pela cidade acabou em uma pequena mesa de salgadinhos e Polar. Reflexões sobre o mundo, feminismo, aborto, legislação. É incrível o que três mentes inquietas são capazes de produzir. Deveríamos ter gravado aquilo, mas a certeza era de que não acordaríamos as mesmas pessoas no dia seguinte. Esse sábado mexeu com muitas coisas, e para três pessoas dispostas a mudar e repensar suas atitudes a cada dia, cada minuto desse dia significou muito.
Passagem para o paraíso, embaladas ao som do Skank: Vamos fugir!
Madrugar no domingo, que prometia um ar fresco e impossível de uma cachoeira, enfrentar trilha no mato fechado e de chinelos. Foi mais que perfeito! Estar ali, vendo todas aquelas cores, sentindo todos aqueles cheiros, enfrentando anseios internos foi enriquecedor. Tenho certeza que cada uma guarda uma impressão, um sentimento único.
Minha cara inchada
Posso dizer que muito do que vi e ouvi lá dentro, ficou comigo, guardado. Esse contato com a natureza pura e simples, com a dor, com a resistência, com o desconhecido, foi um real enterro de tudo o que me prendia. Foi um recomeço.
Gratidão!
Se para muitos o ano começa depois do Carnaval, o meu ano começou no dia 16/02. Ali eu mergulhei em uma cachoeira, e deixei ir mágoas, medos e anseios. Ali eu vi que nada do que eu tinha planejado eu consegui, e tudo aquilo que eu pretendia "pedir" à mãe natureza, à Deus, eu simplesmente esqueci, eu me esvaziei enquanto contemplava uma criação divina. Foi fantástico!

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2014

Meu "Ele x Ela"

"Ela via o mundo
Ele via o mundo
Viam sob a mesma luz
Isso é tudo e era tudo que
havia entre os dois em comum."
Sábia Sandy (rsrsrs), sim cresci, continuo sendo fãzinha da Sandy e não nego. Mas o causo aqui não é esse. Essa música lindinha e meiga me faz pensar em mim, e em qualquer outro relacionamento como as diferenças são complicadas de lidar. No caso d'Ele e d'Ela é uma historinha linda, assim como do Carl e da Ellie. E eu queria fazer o meu próprio Ele x Ela, lá vai: Ela é poesia e ele é prosa, ela é silêncio e calmaria, ele é grave e movimento.
Ela fala o dia todo sem parar, ama novas descobertas sobre qualquer assunto.
Ele calmamente repete a mesma história da infância, do futebol, dos velhos amigos.
Ela ama música antiga, clássica, embalada. Ele ouve música agitada no volume máximo.
Ele dorme com a TV ligada, ela não consegue dormir com luz, barulho e movimento.
Ela canta e xinga em inglês, ele odeia essa língua estranha.
Ela faz yoga enquanto ele fica caminhando pela casa.
Ela é puro sentimento, ele é o retrato da praticidade.
Ele é solidário, ela é egoísta. Ele quer doar, ela vende.
Ele é orgulhoso, ela teimosa. Ela chora, ele dorme.
Ela quer pensar no futuro, ele compra um chocolate.
Ela desanima, ele levanta.
Ela fala de astros, história, administração, cabelos, costura, maternidade e fotografia. Ele pensa em eletrônica, futebol, cinema e como gastar.
Mas existe o eles.
Eles querem estar juntos, e ele não se importa de fazer uma caminhada depois de um dia de trabalho cansado.
Eles conversam, se desentendem e se entendem, como todo casal.
Eles planejam morar numa casa de campo, longe de toda loucura.
Eles se conhecem há pouco tempo e se apoiam em tudo.
Eles já são uma família.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Das voltas que a vida dá

"Viver tem que ser isso de se aperfeiçoar, se superar. É nos momentos em que nos desafiamos e vencemos que damos votos de confiança para a vida. "   Camila Perez
 Eu confio muito pouco em mim mesma e com isso pouco acredito quando coisas boas acontecem. Por isso, dou imenso valor a cada passo.
Acredito que a vida é um eterno tornar-se, mas no meu caso essa eternidade tem excedido expectativas negativamente. Não que eu realmente me importe com expectativas alheias, mas sim, tem dias que fico triste de saber que não sou "o padrão" (só um pouquinho).
Como já citei aqui, nesse ano descobri que estar fora do padrão é normal e que eu preciso criar uma forma de vida diferenciada e desapegada que tenha conexão com meus princípios e valores.
E isso me leva a uma nova mudança de rumo, um recomeço (amo). Mas esse precisa ser o último Grande Recomeço, e assim será. Sim, eu tenho uma necessidade constante de começar.
Nesse ano que passou tive contato com pessoas maravilhosas que me mostraram um mundo novo, o que me fez criar coragem para entrar em uma nova empreitada e eu ainda não posso falar do que se trata mas preciso dizer que:
Eu não abriria mão de nenhum dos meus caminhos, de nenhuma das minhas escolhas. Sim, me arrependo de muitas coisas, de muitas decisões, mas eu tenho plena certeza de que se voltasse eu faria tudo igual, e que não seria justo voltar há dez anos atrás com a cabeça que eu tenho hoje.
Eu amei viver tantos caminhos, eu tenho adoração pelo saber, e hoje eu tenho uma bagagem muito grande e até um pouco pesada, mas amo poder informar sobre cabelos, pele, nutrição, leis trabalhistas, marketing, inglês, trabalho de parto, ciclo menstrual, revisão de texto, fotografia, costura e crochê.
Eu poderia me especializar em cada uma dessas coisas, poderia terminar qualquer um dos cursos que comecei, mas eu sou uma eterna ativista. Eu posso me engajar e lutar por qualquer coisa que eu acredite desde que eu verdadeiramente acredite com toda a minha alma.
Eu vivo essa intensidade e quando ela não está presente em algo, eu facilmente desisto. Mas porquê então eu desisti de coisas em que eu realmente acreditei, como a educação? Porque eu tive medo, porque eu não tinha alguém que me dissesse: Vai que tudo vai dar certo! Ok, eu tive mas essa pessoa não podia fazer muito mais do que me incentivar com energias boas (não me entenda mal, isso é uma grande coisa).
Sempre acreditei que nossas escolhas regem o nosso futuro e continuo acreditando que eu precisava ter esse contato com tantas coisas e pessoas diferentes, para me tornar a humana que sou hoje.
Acho fundamental tornar isso público, especialmente por ver tantas pessoas deixando a vida passar e esperando que algo aconteça para começar a viver ou realizar seus sonhos. Sonhe um sonho de cada vez, tenha sonhos de todos os tamanhos e cores, eles são inerentes à vida.
Viver é uma ação que sempre tem o eu como protagonista, isso não é egoísmo! A sua vida depende de você! Pare de esperar pela sexta-feira , por ganhar na loteria, pela promoção, PARE! Agora pense em quanto tempo você tem perdido o hoje. Quantos hoje você não viveu esperando pelo amanhã.
Eu vivi muitos, mas desde que tomei a decisão de viver cada etapa, um dia de cada vez, tudo foi diferente. Minha perspectiva mudou 100%.
Porque eu sei que posso ser uma pessoa melhor hoje, eu posso mudar o meu mundo hoje, eu posso fazer diferente hoje, amanhã será tarde. Amanhã será o dia que tememos, onde o mundo destruirá o que acreditamos, onde temos medo de ter filhos, onde não conseguimos sair nas ruas em segurança, amanhã, o mundo estará corrompido.


Ao som de
Simone & Garfunkel - Bridge Over Troubled Water
Legião Urbana - Pais e Filhos

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Quitando dívidas

To devendo o ultimo post de 2013...


Tudo passou tão rápido nesse último mês que eu mal consegui organizar minhas reflexões. Estou voltando à rotina só por esses dias, apesar de não ter saído de férias, tudo muda e o nosso ritmo fica uma doideira só.

No final do ano eu recebi um email da Paula - queridona que me ajudou a rever e reavaliar muitos pontos da minha vida - que falava sobre nossas reflexões de fim de ano. Sim, eu sempre olhava pra minha lista de resoluções do ano anterior e me arrependia de ter escrito tanta bobagem (hehe) e ter tanta esperança em mim.

A Paula propôs algumas reflexões mais positivas e eu gostaria de dividir com vocês a minha resposta, como um encerramento de 2013.

* Quais foram as lições mais belas que eu aprendi em 2013?
Aprendi que por mais fiel que eu seja às minhas crenças é preciso flexibilidade. Aprendi que às vezes você precisa mudar de ares, que um dia eu vou encontrar algo com que realmente me identifique e isso vai dar certo, não há nada de errado em mudar de rumo mantendo a coerência. Aprendi que preciso cultivar melhor as minhas amizades, e me dedicar àquelas que continuam comigo não importa o rumo que eu tome. Aprendi que as verdadeiras amizades podem ficar muito tempo sem contato, mas quando voltam é como se não tivesse passado nenhum dia. Aprendi a amar com a razão e desejar com o coração. Aprendi a amar.

* Que sonhos se realizaram?
Eu encontrei alguém especial, que me sacou de cara.

* Eu me conheço melhor agora porque trabalhei comigo, me tornei mais introspectiva, questionei minhas ações e pensamentos, refiz planos, meditei, pratiquei exercícios, fiz ioga e decidi que preciso ser mais leve.

* Eu fui transformada esse ano por pessoas que me apresentaram novos conceitos como a Paula Abreu que me apresentou à Barbara Sher. Eu fui transformada pelo ativismo, pela força que se levanta contra a violência, pelo amor puro.

* Eu deixo ir traumas e mágoas que vinham à tona frequentemente e me impediam de olhar pra frente, eu decido começar esse ano com o perdão. Começar limpando a caixa de entrada de tudo que me oprime, esvaziar as malas.

* A coisa mais incrível que descobri sobre mim mesma foi que posso fazer o que eu quiser, sou multi potencial e sou humana e por isso eu vou errar e desapontar algumas pessoas, assim como não vou atingir as minhas próprias expectativas algumas vezes.

É isso! Quer conhecer a Paula e sua voz transformadora? Clique aqui!

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Esteve tudo Azul

Acho que eu simplesmente não consigo ser prática, tenho uma visão do mundo muito diferenciada. Dizem que isso é ruim.
Dizem que vivo em um mundo cor de rosa, eu honestamente penso que ele é azul. Porque estou numa fase azul. E fui lá no Sr. Google entender essa fase, eis o que encontrei: 
Palavras chaves da cor azul: estabilidade, profundidade, lealdade, confiança, sabedoria, inteligência, fé, verdade, eternidade. Azul-marinho: conhecimento, o mental, integridade, poder, seriedade. Azul claro: generosidade, saúde, cura, frescor, entendimento, tranqüilidade.
E uma informação muito interessante: O escuro azul da meia-noite age como um forte sedativo sobre a mente, permitindo-nos conectar com nossa parte feminina e intuitiva.
As palavras chave são as mesmas que encontrei em vários outros sites, mas essa última informação só encontrei nesse, não tenho domínio sobre o assunto então não tenho certeza se são fontes confiáveis. Apesar disso, tem tudo a ver com o meu momento atual.
E aí está o problema de você escrever um post e esquecer de postar. O momento passa, por exemplo até umas semanas atrás eu estava assim. Tudo azul, início de ano tranquilo. E de repente me aparecem mil coisas me deixando no escuro, na penumbra sem saber se vou de encontro à luzinha no fim do túnel ou se volto para o caminho de onde vim.
Eu me espanto comigo mesma!

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

2014

Não vou fazer uma retrospectiva desse ano porque não vale a pena. Não vou fazer resoluções de ano novo porque não é o ano que nos traz coisas boas, mas nossas escolhas.

Há algumas semanas atrás propus dois projetos e estava realmente animada para investir neles, o que aconteceu? Novos projetos! Mas ainda não estão prontos para serem divulgados.
Ando me preparando para uma travessia. Sinto que 2014 foi uma preparação para esse momento, aprendi sobre relacionamentos, fé, emoções. Descobri que eu não sou um ET, mas sim uma pessoa que tem múltiplos potenciais e pode sim investir em alguns deles, tenho dificuldade para lidar com a rotina em médio prazo e uma necessidade imensa de estar em movimento. Amo estar em processo de aprendizagem.
A verdade é que a primeira coisa que melou meus pequenos projetos foi o fim de ano, organizar as festas, ceias (cozinhei até enjoar), depois as férias programadas da empresa e um ritmo de trabalho desacelerado, rotina diferente e uma moleza da vida. Aí então nessa semana em que tudo deveria voltar ao normal saiu o resultado do Enem e eu comecei a quebrar a cabeça pra ver o que pode ser feito com a minha nota.
E nesse ritmo de espera pelo Prouni e Sisu, ficamos na ansiedade e nenhum plano segue em frente. Eu sei que não deveria ser assim, uma coisa não pode parar porque estamos esperando por outra, mas comigo funciona assim. E no inicio da semana eu estava bastante apreensiva sobre esse assunto, medindo e calculando probabilidades e possibilidades, quando meu porto seguro entrou em cena.
O Ricardo, com toda a paciência do mundo me explicou que não importa o que aconteça tudo vai ficar bem e vai acontecer o que tiver que acontecer. E nós estaremos juntos.
Por isso desde ontem voltei a mentalizar, e acho que isso pode ser O Meu Projeto da Semana. Comecei a meditar e praticar alguns movimentos de ioga no ano passado e com essa correria de fim de ano acabei parando também, mas depois dessa recaída de insegurança e ansiedade resolvi voltar a mentalizar. Lembrei de um texto que a Camila me enviou falando que a meditação não pode ser uma rotina, e meditar é exatamente uma quebra, fazer coisas diferentes (o que já sabemos ser ótimo para a memória) e por isso não tenho horário ou rotina, eu lembro que preciso disso, fecho os olhos onde eu estiver e mentalizo essas coisas positivas.
No próximo post pretendo fazer um relato sobre meu processo de deixar o passado para trás.

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