sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Pelo resto de sua vida

Essa frase sempre me assustou um pouco. Nunca consegui pensar em algo que eu gostaria de fazer pelo resto da minha vida, para falar a verdade não suportaria fazer nada por tanto tempo (presumindo que viverei ainda muitos anos), não aguento fazer a mesma coisa por mais de seis meses.
Li uma matéria hoje em que psicólogos dizem que os jovens mudam de curso porque não tem conhecimento suficiente sobre seu objeto de interesse. Discordo! Por experiência própria e de conhecidos também. Eu sei que não tenho conhecimento técnico para afirmar, mas por exemplo eu tinha conhecimento do objeto de estudo da administração, sabia onde estava me metendo. E percebo que nesse caso há mais variáveis que não identificamos superficialmente:
- Saímos do ensino médio com a missão de escolher uma única área para seguir. Eu sei que existem muitas pessoas que tem certeza do que querem e lidam muito bem com isso, mas também sei que muitas pessoas tem tantas habilidades diferentes que não fazem ideia do que querem fazer.
- Conhecemos vários cursos e acabamos decidindo pelo curso mais em conta (caso de uma amiga que queria engenharia e cursou letras), pelo curso com maior retorno em menor tempo (amiga que queria História e cursou Direito), pelo curso escolhido pelo local de trabalho (eu!!!). E quando optamos conhecíamos bem o curso, porém com o tempo começa a se tornar tedioso, cansativo e os benditos "e se's" começam a surgir.
- Nós somos seres em constante mudança. O que nos encantava há um ano atrás pode mudar de repente. Ou o meio que vivemos, as pessoas com quem interagimos, o mercado de trabalho e daí de novo você pensa "e se eu mudar (de novo)" rsrsrs
- Ensino Superior não é para todos. Não estou falando da questão social que está mais que sabida. Mas sim de uma questão pessoal. Algumas pessoas vão se tornar ótimos profissionais especialistas em determinadas áreas com um técnico ou um curso livre e vão se dar bem na vida. O que acontece é que se popularizou tanto o curso superior que as pessoas consideram obrigatório, mas isso não é verdade.
- Acabamos escolhendo o curso mais fácil de entrar e depois vemos no que dá. A primeira vez que mudei de engenharia para administração foi por esse motivo, entre outros. Eu não estava disposta a estudar para passar em engenharia.

Acho que esse assunto é muito mais extenso e complexo do que parece, há muitos fatores variáveis que envolvem uma escolha como essa, mas as pessoas ainda enxergam como algo simples. Tenho muitos amigos que sempre tiveram certeza do que queriam, desde muito novos, e se deram bem no fim das contas, mas nem todos temos esse privilégio.
Se você não tem certeza do que quer, não há nada de anormal nisso.

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