segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Das voltas que a vida dá

"Viver tem que ser isso de se aperfeiçoar, se superar. É nos momentos em que nos desafiamos e vencemos que damos votos de confiança para a vida. "   Camila Perez
 Eu confio muito pouco em mim mesma e com isso pouco acredito quando coisas boas acontecem. Por isso, dou imenso valor a cada passo.
Acredito que a vida é um eterno tornar-se, mas no meu caso essa eternidade tem excedido expectativas negativamente. Não que eu realmente me importe com expectativas alheias, mas sim, tem dias que fico triste de saber que não sou "o padrão" (só um pouquinho).
Como já citei aqui, nesse ano descobri que estar fora do padrão é normal e que eu preciso criar uma forma de vida diferenciada e desapegada que tenha conexão com meus princípios e valores.
E isso me leva a uma nova mudança de rumo, um recomeço (amo). Mas esse precisa ser o último Grande Recomeço, e assim será. Sim, eu tenho uma necessidade constante de começar.
Nesse ano que passou tive contato com pessoas maravilhosas que me mostraram um mundo novo, o que me fez criar coragem para entrar em uma nova empreitada e eu ainda não posso falar do que se trata mas preciso dizer que:
Eu não abriria mão de nenhum dos meus caminhos, de nenhuma das minhas escolhas. Sim, me arrependo de muitas coisas, de muitas decisões, mas eu tenho plena certeza de que se voltasse eu faria tudo igual, e que não seria justo voltar há dez anos atrás com a cabeça que eu tenho hoje.
Eu amei viver tantos caminhos, eu tenho adoração pelo saber, e hoje eu tenho uma bagagem muito grande e até um pouco pesada, mas amo poder informar sobre cabelos, pele, nutrição, leis trabalhistas, marketing, inglês, trabalho de parto, ciclo menstrual, revisão de texto, fotografia, costura e crochê.
Eu poderia me especializar em cada uma dessas coisas, poderia terminar qualquer um dos cursos que comecei, mas eu sou uma eterna ativista. Eu posso me engajar e lutar por qualquer coisa que eu acredite desde que eu verdadeiramente acredite com toda a minha alma.
Eu vivo essa intensidade e quando ela não está presente em algo, eu facilmente desisto. Mas porquê então eu desisti de coisas em que eu realmente acreditei, como a educação? Porque eu tive medo, porque eu não tinha alguém que me dissesse: Vai que tudo vai dar certo! Ok, eu tive mas essa pessoa não podia fazer muito mais do que me incentivar com energias boas (não me entenda mal, isso é uma grande coisa).
Sempre acreditei que nossas escolhas regem o nosso futuro e continuo acreditando que eu precisava ter esse contato com tantas coisas e pessoas diferentes, para me tornar a humana que sou hoje.
Acho fundamental tornar isso público, especialmente por ver tantas pessoas deixando a vida passar e esperando que algo aconteça para começar a viver ou realizar seus sonhos. Sonhe um sonho de cada vez, tenha sonhos de todos os tamanhos e cores, eles são inerentes à vida.
Viver é uma ação que sempre tem o eu como protagonista, isso não é egoísmo! A sua vida depende de você! Pare de esperar pela sexta-feira , por ganhar na loteria, pela promoção, PARE! Agora pense em quanto tempo você tem perdido o hoje. Quantos hoje você não viveu esperando pelo amanhã.
Eu vivi muitos, mas desde que tomei a decisão de viver cada etapa, um dia de cada vez, tudo foi diferente. Minha perspectiva mudou 100%.
Porque eu sei que posso ser uma pessoa melhor hoje, eu posso mudar o meu mundo hoje, eu posso fazer diferente hoje, amanhã será tarde. Amanhã será o dia que tememos, onde o mundo destruirá o que acreditamos, onde temos medo de ter filhos, onde não conseguimos sair nas ruas em segurança, amanhã, o mundo estará corrompido.


Ao som de
Simone & Garfunkel - Bridge Over Troubled Water
Legião Urbana - Pais e Filhos

segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Quitando dívidas

To devendo o ultimo post de 2013...


Tudo passou tão rápido nesse último mês que eu mal consegui organizar minhas reflexões. Estou voltando à rotina só por esses dias, apesar de não ter saído de férias, tudo muda e o nosso ritmo fica uma doideira só.

No final do ano eu recebi um email da Paula - queridona que me ajudou a rever e reavaliar muitos pontos da minha vida - que falava sobre nossas reflexões de fim de ano. Sim, eu sempre olhava pra minha lista de resoluções do ano anterior e me arrependia de ter escrito tanta bobagem (hehe) e ter tanta esperança em mim.

A Paula propôs algumas reflexões mais positivas e eu gostaria de dividir com vocês a minha resposta, como um encerramento de 2013.

* Quais foram as lições mais belas que eu aprendi em 2013?
Aprendi que por mais fiel que eu seja às minhas crenças é preciso flexibilidade. Aprendi que às vezes você precisa mudar de ares, que um dia eu vou encontrar algo com que realmente me identifique e isso vai dar certo, não há nada de errado em mudar de rumo mantendo a coerência. Aprendi que preciso cultivar melhor as minhas amizades, e me dedicar àquelas que continuam comigo não importa o rumo que eu tome. Aprendi que as verdadeiras amizades podem ficar muito tempo sem contato, mas quando voltam é como se não tivesse passado nenhum dia. Aprendi a amar com a razão e desejar com o coração. Aprendi a amar.

* Que sonhos se realizaram?
Eu encontrei alguém especial, que me sacou de cara.

* Eu me conheço melhor agora porque trabalhei comigo, me tornei mais introspectiva, questionei minhas ações e pensamentos, refiz planos, meditei, pratiquei exercícios, fiz ioga e decidi que preciso ser mais leve.

* Eu fui transformada esse ano por pessoas que me apresentaram novos conceitos como a Paula Abreu que me apresentou à Barbara Sher. Eu fui transformada pelo ativismo, pela força que se levanta contra a violência, pelo amor puro.

* Eu deixo ir traumas e mágoas que vinham à tona frequentemente e me impediam de olhar pra frente, eu decido começar esse ano com o perdão. Começar limpando a caixa de entrada de tudo que me oprime, esvaziar as malas.

* A coisa mais incrível que descobri sobre mim mesma foi que posso fazer o que eu quiser, sou multi potencial e sou humana e por isso eu vou errar e desapontar algumas pessoas, assim como não vou atingir as minhas próprias expectativas algumas vezes.

É isso! Quer conhecer a Paula e sua voz transformadora? Clique aqui!

quinta-feira, 16 de janeiro de 2014

Esteve tudo Azul

Acho que eu simplesmente não consigo ser prática, tenho uma visão do mundo muito diferenciada. Dizem que isso é ruim.
Dizem que vivo em um mundo cor de rosa, eu honestamente penso que ele é azul. Porque estou numa fase azul. E fui lá no Sr. Google entender essa fase, eis o que encontrei: 
Palavras chaves da cor azul: estabilidade, profundidade, lealdade, confiança, sabedoria, inteligência, fé, verdade, eternidade. Azul-marinho: conhecimento, o mental, integridade, poder, seriedade. Azul claro: generosidade, saúde, cura, frescor, entendimento, tranqüilidade.
E uma informação muito interessante: O escuro azul da meia-noite age como um forte sedativo sobre a mente, permitindo-nos conectar com nossa parte feminina e intuitiva.
As palavras chave são as mesmas que encontrei em vários outros sites, mas essa última informação só encontrei nesse, não tenho domínio sobre o assunto então não tenho certeza se são fontes confiáveis. Apesar disso, tem tudo a ver com o meu momento atual.
E aí está o problema de você escrever um post e esquecer de postar. O momento passa, por exemplo até umas semanas atrás eu estava assim. Tudo azul, início de ano tranquilo. E de repente me aparecem mil coisas me deixando no escuro, na penumbra sem saber se vou de encontro à luzinha no fim do túnel ou se volto para o caminho de onde vim.
Eu me espanto comigo mesma!

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

2014

Não vou fazer uma retrospectiva desse ano porque não vale a pena. Não vou fazer resoluções de ano novo porque não é o ano que nos traz coisas boas, mas nossas escolhas.

Há algumas semanas atrás propus dois projetos e estava realmente animada para investir neles, o que aconteceu? Novos projetos! Mas ainda não estão prontos para serem divulgados.
Ando me preparando para uma travessia. Sinto que 2014 foi uma preparação para esse momento, aprendi sobre relacionamentos, fé, emoções. Descobri que eu não sou um ET, mas sim uma pessoa que tem múltiplos potenciais e pode sim investir em alguns deles, tenho dificuldade para lidar com a rotina em médio prazo e uma necessidade imensa de estar em movimento. Amo estar em processo de aprendizagem.
A verdade é que a primeira coisa que melou meus pequenos projetos foi o fim de ano, organizar as festas, ceias (cozinhei até enjoar), depois as férias programadas da empresa e um ritmo de trabalho desacelerado, rotina diferente e uma moleza da vida. Aí então nessa semana em que tudo deveria voltar ao normal saiu o resultado do Enem e eu comecei a quebrar a cabeça pra ver o que pode ser feito com a minha nota.
E nesse ritmo de espera pelo Prouni e Sisu, ficamos na ansiedade e nenhum plano segue em frente. Eu sei que não deveria ser assim, uma coisa não pode parar porque estamos esperando por outra, mas comigo funciona assim. E no inicio da semana eu estava bastante apreensiva sobre esse assunto, medindo e calculando probabilidades e possibilidades, quando meu porto seguro entrou em cena.
O Ricardo, com toda a paciência do mundo me explicou que não importa o que aconteça tudo vai ficar bem e vai acontecer o que tiver que acontecer. E nós estaremos juntos.
Por isso desde ontem voltei a mentalizar, e acho que isso pode ser O Meu Projeto da Semana. Comecei a meditar e praticar alguns movimentos de ioga no ano passado e com essa correria de fim de ano acabei parando também, mas depois dessa recaída de insegurança e ansiedade resolvi voltar a mentalizar. Lembrei de um texto que a Camila me enviou falando que a meditação não pode ser uma rotina, e meditar é exatamente uma quebra, fazer coisas diferentes (o que já sabemos ser ótimo para a memória) e por isso não tenho horário ou rotina, eu lembro que preciso disso, fecho os olhos onde eu estiver e mentalizo essas coisas positivas.
No próximo post pretendo fazer um relato sobre meu processo de deixar o passado para trás.

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Amo ser Mulher

Não há um dia em minha vida que eu lembre de ter desejado nascer homem. Conheço muitas mulheres que já disseram isso, a sério ou por brincadeira. Mas eu mesma, sempre me agradei de ser menina, e então mulher. E mais especificamente nos últimos anos, quando comecei a prestar atenção em meu corpo (fisiologicamente, psicologicamente, espiritualmente e porque não historicamente) me tornei mais grata por ter nascido assim, ou melhor, por ter a oportunidade de me tornar mulher.

Há uma frase de Simone de Beauvior, citada pela nossa queridíssima futura psicóloga aqui que para mim, começa a fazer sentido.
Mas voltando ao assunto, sempre me interessei por assuntos polêmicos e que causam certo desconforto em muita gente (aborto, eutanásia, empoderamento, humanização). Juntando essa frase com tudo que tenho visto e estudado, eu diria que tornar-se mulher é empoderar-se.
Sim, eu amo ser mulher, eu acho lindo o corpo feminino, em sua forma bruta, com todos os “defeitos” que nos convenceram que temos, com todas as “dobrinhas desnecessárias”, eu amo cada parte do meu corpo, amo a forma como ele funciona tão perfeitamente como um reloginho. Tente estudar um pouco sobre o seu ciclo menstrual. Você percebe a forma maravilhosa e perfeita como funciona seu corpo (caso não faça uso de anticoncepcional). E percebe que é único, só o seu corpo funciona desse jeito. Quando você se empodera de si mesma, ninguém pode dizer que algo está errado com você, não há teoria médica que te convença do contrário, porque você entende que o seu corpo está sim funcionando. E isso não acontece com o homem, o corpo dele não evolui não se altera não se renova a cada ciclo. Só nos, mulheres, temos a graça de contar o tempo de uma forma única, em ciclos, e o seu ciclo não é igual o da sua amiga.
Me entristece ver mulheres se menosprezando, se moldando à cultura em que estão inseridas, comprando valores que qualquer um vende. Me entristece conhecer mulheres que passarão em branco por esse mundo, que não se aceitam, que não se amam, que pensam que seu corpo é um parque de diversões alheio, que precisa ser repaginado de tempos em tempos para contentamento dos clientes. Me entristece ver mulheres que pensam que um parto normal vai estragar o seu “parquinho”, que chamam sua vagina de “parquinho”, que não amamentam porque os seios são sexualizados e de propriedade exclusiva do parceiro. Me entristece ver mulheres que não influenciam positivamente o mundo, se antigamente por trás de um grande homem havia uma grande mulher, hoje somos vistas ao lado de grandes homens, é o nosso brilho que os sustenta. Hoje vemos famílias com diagramações completamente diferentes e felizes. Hoje, por exemplo, minha irmã pode fazer um curso em outro estado por um mês enquanto meus sobrinhos estão sob os cuidados do meu cunhado. Hoje mulheres são arrimo de família, e seus salários muitas vezes são o principal dentro de casa. Há alguns anos atrás, minha mãe se viu sozinha com quatro filhos, e nos criou muito bem obrigada, como mãe, mulher, trabalhadora e apegada, e presente. Hoje mulheres podem escolher ser mãe em tempo integral mesmo com todas essas possibilidades.
Viver é um eterno tornar-se. Eu acredito ainda que diariamente nos tornamos mulher. Quando questionamos, passamos por cima do sistema, da mídia, da publicidade, do photoshop e das cirurgias desnecessárias.
"Eu nunca vou me render. Vai contra a minha moral, a maneira que meus pais me criaram e o que eu considero ser a beleza natural." Kate Winslet (Liga Britânica Contra Cirurgias Plásticas)
Mudar a forma do meu corpo vai contra a minha moral também. E aqui cabe inclusive um relato que infelizmente não lembro onde li, mas em que uma mulher falava das estrias que nasceram em sua gravidez, e no carinho com que ela olhava para essas “marcas” deixadas pela gestação de um novo ser. Não há como ser mulher e não guardar cicatrizes, faz parte do tornar-se. Nossas cicatrizes mais profundas não são visíveis, e não aceitamos quando uma marca profunda aparece em nossa pele. Seja em forma de um cabelo branco, uma ruga, uma estria.
Sim, eu pinto o cabelo, mas não o faço para agradar a ninguém, comecei a pintar antes de ter cabelos brancos. Nunca deixei de cortar ou pintar meu cabelo por discordância de um homem. Meu corpo não é a tua sala de estar que tu decora como quiser. A minha natureza hoje é muito mais fêmea no sentido mais irracional da coisa. Acredito que o nosso corpo foi criado de uma forma perfeita e única.
Quando uma amiga começou a fazer academia ela me contou que o professor perguntou com quem ela gostaria de se parecer no final, qual era seu objetivo. Isso me levou a conclusão que ele se arrependeria muito de fazer uma pergunta dessas para mim, pois eu responderia que quero me parecer comigo, que meu corpo não me incomoda e meu único interesse na academia é me tornar mais saudável.
Sim, sou permissiva às vezes, faço muitos agrados para o meu parceiro, mas porque o amo. Esses agrados não me tornam menos eu, não me apagam. Já perguntei se ele concordava em eu cortar ou pintar o cabelo, mas não deixei de fazer algo que eu queria para satisfazer outra pessoa.
Não, eu não tenho o direito de julgar ninguém pelo que faz ou deixa de fazer. Não me acho mais mulher nem menos mulher que ninguém exatamente pela certeza que cada uma de nós é única. Assim como eu me sinto mulher fazendo as coisas como faço, talvez você precise de outras coisas, só me incomoda a falta de autenticidade, de criatividade e argumentos. Seja quem você é, mas não se minimize pelos outros. E se você discorda de mim, mas é bem resolvida, tenho certeza que esse texto não te incomodou.

P.S: Amiga, desculpa citar o blog abandonado, por favor não apaga ele nunca, ele sempre será atual e eu ainda leio e amo *-*

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